quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Importância de Participar no Movimento Estudantil (*)



Em que consiste um regime democrático? Sobre esta pergunta já se debruçaram teóricos e intelectuais renomados, não pretendo aqui desafiá-los, mas expor um ponto extremamente prático: tal regime não está baseado inteiramente no voto. As eleições são parte (importantíssima) de um regime, mas para se qualificar como democrático é preciso haver participação do eleitorado na vida pública: vigiando, associando-se, pressionando.

As vantagens de um sistema assim não estão apenas na responsividade às demandas das pessoas, mas em proporcionar maior transparência à administração pública. Dentro da Universidade de Brasília há uma dinâmica política própria, que influencia a administração e conseqüentemente a vida prática da universidade. Questões como a infra-estrutura das salas, o financiamento de institutos “abandonados”, a promoção da pesquisa (e seu diálogo com a sociedade), e até mesmo os bebedores quebrados são questões passíveis de serem resolvidas politicamente.

Muitos professores da UnB tomam parte na vida política da UnB, seja participando dos conselhos, seja em cargos de chefia, ou mesmo engajando-se em diferentes grupos. Os servidores também participam com base em associações. E os Estudantes? Bom, com mais de 20.000 alunos, é de se esperar a pluralidade de pensamentos e ideologias, o que se reflete na formação de diversos grupos, inclusive da UEI – União dos Estudantes Independentes para contribuir para este todo complexo que é o Movimento Estudantil.

Você, estudante, provavelmente já se deparou com notícias sobre corrupção dentro da UnB, ou mesmo com professores reclamando da falta de estrutura adequada. Diante disso você tem duas escolhas: esperar que tudo se resolva sozinho (e torcer para que a UnB não se desmorone antes de receber o diploma) ou agir de alguma forma para influenciar mais diretamente os rumos da instituição que você escolheu para estudar e que influenciará sua formação pelo resto de sua vida. Se a opção escolhida for a segunda, saiba que há um Movimento Estudantil atuante e grupos dispostos a te acolher.

A União dos Estudantes Independentes é um grupo que atua politicamente na UnB, visando sempre a melhoria da instituição, o fortalecimento de seus três pilares (ensino, pesquisa e extensão), a fiscalização na gestão dos recursos, e a reflexão sobre os papeis da universidade pública na sociedade, para que assim o interesse dos estudantes e da própria instituição sejam assegurados. Temos representação nos três conselhos da UnB: CONSUNI, CAD e CEPE, além de atuarmos diretamente com os estudantes. Se você acha que pode contribuir e agir nesse sentido, a UEI está de braços abertos para te acolher; é só entrar em contato conosco, mandar e-mail, ou participar de nossas reuniões presenciais. O Movimento Estudantil precisa de sua participação e se nossas propostas te agradam junte-se a nós na construção de uma universidade pública melhor.

(*) Lucas Moraes (Sergipe)
Estudante de Relações Internacionais
Membro da União dos Estudantes Independentes.

2 comentários:

Luiz Gustavo Aversa Franco disse...

Sábias palavras Sergipe!
Pessoalmente não espero que os outros estudantes se comportem da mesma maneira que a minha em realção à universidade, mas quando reclamarem da infra-estrutura, da burocracia ou da corrupção, espero que pensem também nas suas prórpias ações a respeito. Afinal, é muito fácil reclamar e criticar e ficar de braços cruzados esperando que a solução caia dos céus.
Acho que todos os grupos estudantis que realmente trabalham pela melhoria da universidade devem ser motivo de admiração pela iniciativa!fhcx

Jeronimo disse...

Um ponto bem levantado é o do despertar dessa letargia estudantil. O levante, o despertar para a mobilização, como defendido por Bernardo Toro, em seu texto Mobilização Social, é a busca de um fim social, idealizado pela formação de um imaginário e motivado pelos pensamentos singulares. A união desses singulares, em prol de uma universalidade é o que se pode chamar de mobilização.

Um ponto, que eu tenho a acrescentar, seria o de que não há apenas a pluralidade de ideologias políticas, mas também de fins (que em alguns casos são a mesma coisa). Isso dificulta, sadiamente, a unificação dos estudantes em torno de um exio específico, mas não impede, mas uma vez, que estes não lutem em torno de questões emergentes e de interesse geral.