sábado, 27 de setembro de 2008

O ponto final




"Não há progresso sem mudança. E, quem não consegue mudar a si mesmo, acaba não mudando coisa alguma."
George Bernard Shaw



Desejo de mudança e a esperança de que a UnB retorne ao seu plano original: essa é mensagem que encerra um capítulo importante da história dessa grandiosa instituição, da qual nós — estudantes, professores e servidores — temos orgulho de fazer parte.

A correção do desvio de rumos perpassa a união das diversas correntes que compõem e pensam um projeto de universidade. Compreendemos, sobremaneira, que a condução desse processo precisa ser feita com base no estrito respeito ao ser humano, o que, cremos, irá acontecer.

No primeiro gesto de grandeza ao ter confirmada a sua vitória no segundo turno, o reitor eleito — Prof. José Geraldo de Sousa Júnior — cumprimentou o candidato da outra chapa e pediu para que seus apoiadores entoassem apenas em favor da união, pluralidade e democracia. Convidou abertamente todos a participar e deu um claro sinal de que pretende agregar e não dividir.

Nós, da União dos Estudantes Independentes, estamos mais do que de acordo. O momento exige dedicação e cooperação. Como estudantes, lutamos somente para fazer, dessa, a melhor instituição de ensino do país: o que compreendemos ser fruto do mérito e do trabalho. Não temos interesse em cargos. Não temos interesse em favores. Não temos interesse em qualquer tipo de vantagem pessoal. Reconhecemos, também, fortes aliados nessa luta: professores e servidores que se dedicam incansavelmente à construção de uma UnB melhor. A todos eles, o nosso mais sincero obrigado.

Na universidade, a educação é um fim em si mesmo. Se há discordância em projetos, o único caminho construtivo é o do debate. Com transparência, evitam-se gastos supérfluos. Com a descentralização da gestão, é possível o investimento mais eficiente dos recursos. Com Inclusão, consegue-se corrigir, internamente, distorções que prejudicam o bom funcionamento da UnB.

Por último, nós da União dos Estudantes Independentes agradecemos a confiança e o apoio que recebemos. Em tempo oportuno, responderemos individualmente a cada uma das 68 mensagens de apoio e solidariedade que recebemos por e-mail nesses últimos quatro dias, de alunos e professores registrados em nossa lista. Desejamos, também, todo o sucesso para os professores Márcio Pimentel e Sônia Báo. Reforçamos que nossas discordâncias são fundamentalmente em torno de idéias e projetos.


União dos Estudantes Independentes.


"A dúvida é o princípio da sabedoria." (Aristóteles)

A vitória! Resultado das eleições para Reitor

Agradecemos a todo(a)s aqueles que acreditaram na renovação da universidade; no nascimento de uma "NOVA UNB".

Em breve postaremos nossas considerações sobre esse processo bem como o agradecimento oficial à comunidade acadêmica.

Saudações vitoriosas à todo(a)s.

União dos Estudantes Independentes.


Roberto Fleury/UnB Agência


Candidato da chapa 76 obtém 51,61% dos votos na disputa pela Reitoria da UnB. Márcio Pimentel fica com 48,39%


Rafael Fontana e Cristiane Bonfanti
Da Secretaria de Comunicação da UnB


Com uma diferença de apenas 3,2%, o professor José Geraldo de Sousa Júnior venceu o segundo turno da disputa pela Reitoria da Universidade de Brasília (UnB). José Geraldo obteve 51,61% dos pontos válidos, enquanto seu adversário, Márcio Martins Pimentel, conquistou 48,39%.


Apoena Pinheiro/UnB Agência


O resultado foi anunciado oficialmente pela Comissão Organizadora da Consulta (COC) às 3h desta sexta-feira, 26 de setembro, no Centro Comunitário Athos Bulcão. Cerca de 300 pessoas acompanhavam o resultado, entre estudantes, servidores e professores.


Do grupo que acompanhava a chapa 76 - UnB Século XXI, vencedora, metade era composta por alunos da universidade. "Foram os estudantes que mais rapidamente se deram conta do momento difícil que a universidade vivia e que mais rapidamente se mobilizaram, contagiando o resto da universidade", disse José Geraldo.

Roberto Fleury/UnB Agência
Vou contribuir para a UnB da mesma forma que sempre fiz, disse Pimentel

EMOÇÃO - A soma dos votos eletrônicos foi apresentada à 0h40, com uma larga vantagem para José Geraldo. A partir daí, começou a contagem dos votos em papel. A chapa 73 - Compromisso com a UnB, de Pimentel, recomendou a seus eleitores que votassem nas cédulas convencionais. A cada urna apurada, Pimentel se aproximava do primeiro colocado, garantindo quase duas horas e meia de expectativa para ambos os lados.


Após o anúncio do resultado, José Geraldo e seu vice, João Batista, se dirigiram a Márcio Pimentel para cumprimentá-lo pela disputa. "Vou contribuir para a UnB da mesma forma que sempre fiz. Volto ao laboratório e continuo como sempre trabalhei pela universidade", afirmou Pimentel.


LISTA TRÍPLICE - No dia 3 de outubro, uma lista tríplice será submetida ao Conselho Universitário (Consuni) da UnB. O documento será encabeçado por José Geraldo, seguido por Pimentel e Volnei Garrafa, da chapa 75 - É agora UnB.


Depois de aprovada pelo Consuni, a lista será encaminhada ao ministro da Educação, Fernando Haddad, que deverá escolher um dos nomes indicados. O escolhido, então, será nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Paulo Coelho dá apoio à chapa 76


Esta é a íntegra da carta do Prof. Paulo Coelho, candidato a vice-reitor pela Chapa 72, UnB Viva, no primeiro turno.

Obrigado pelo apoio, professor.


"Ao

Prof. José Geraldo de Sousa Júnior

Estimado Colega,

A comunidade universitária, atualmente, manifestou sua vontade política de
escolha democrática de seus candidatos ao Reitorado desta Universidade de
Brasília. O processo eleitoral resultou na indicação de dois postulantes
representativos dos anseios da universidade, para o segundo turno, ambos com
as qualificações necessárias ao Reitorado.

Considero que o Colega, pela sua história pessoal nesta universidade, pelas
suas posições solidárias aos movimentos sociais, pela sua reconhecida
competência acadêmica, pelo seu explícito compromisso político de lutar pela
plena cidadania na nossa sociedade, pelos fundamentos democráticos de seu
programa, e pela proposta de renovação efetiva da universidade, possui as
melhores condições de, neste momento difícil da UnB, gerir os destinos da
nossa Universidade.

Assim sendo, gostaria de manifestar publicamente meu apoio, meu entusiasmo e
minha solidariedade à sua candidatura para a Reitoria da UnB, e estarei
engajado na mobilização da comunidade universitária, para que o Colega seja
o futuro Reitor desta Universidade de Brasília.

Com admiração e apreço,

Paulo Ramos Coêlho Filho

Professor da Faculdade de Educação desta UnB"

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Resposta Oficial da UEI ao Prof. Marcelo Hermes Lima

Prezado Prof. Marcelo Hermes,

Em resposta a correspondência eletrônica enviada por vossa Senhoria à nossa União, informamos que:

1. De forma alguma atacamos o professor Michelângelo. Não existe carta ou nota de qualquer teor publicada pela UEI contra o mesmo. Nossos documentos seguem o princípio da publicidade, são sempre assinados, e podem ser vizualizados em nosso blog: www.ueiunb.blogspot.com

2. Entendemos que o processo democrático permite diferentes posicionamentos e reforçamos nosso princípio de total respeito à diferença, bem como aceitamos a exposição de argumentos contrários às nossas deliberações. Pedimos reciprocidade. Defendemos veementemente nossas posições. Contudo, nosso debate se constrói com propostas e projetos, sem argumentos ad hominem. Em nenhum momento citamos nominalmente o Professor Márcio ou qualquer membro específico da chapa 73.

3. Outrossim, entendemos que disputas políticas não legitimam o desrespeito ao ser humano e, por isso, informamos que em momento algum postamos em seu Blog e nunca o faríamos anonimamente.

4. Recomendamos ainda que o Senhor retire a opção de permitir postagens anônimas e não aceite nenhum comentário dessa natureza que fira injustamente a moral de qualquer pessoa. Isso apenas reduz o nível da discussão e transforma seu blog num meio utilizado para disputas inconstrutivas e vexatórias, expondo membros de nossa academia desnecessariamente.

5. Pedimos a gentileza de não aceitar qualquer comentário anônimo que use a assinatura da UEI ou a sua autoria enseje. Trata-se de explícita fraude. Nossas opiniões são tomadas em deliberações coletivas, sempre permitindo a possibilidade de divergências e destaques.

6. Há boatos mal-intencionados sobre possíveis acusações feitas à UEI. Não acreditamos em mensagem acusativas que nos são reportadas sem citação fonte.

7. Pedimos a gentileza de publicar em seu blog essa nota, que representa posição oficial de nossa União e está sendo enviada a partir de nosso endereço eletrônico oficial, bem como publicada no nosso blog supracitado.

Atenciosamente,

União dos Estudantes Independentes.

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2008/9/24 Marcelo Hermes-Lima <hermeslima_unb@yahoo.com.br>

Gente
vamos fazer uma trégua até sexta feira ?

ja não aguente mais ouvir, falar, e ler sobre eleições !

Voce apoiaram o Mike e não devem trata-lo assim, com este desrrespeito. Ele discorda de voces. Critiquem de volta, mas com argumentos. Não da forma como fazem. Se fosse comigo, eu ficaria muito puto, pois voces estgavam JUNTOS até 4a passada !

é surreal isso

E tem mais. Para falar mal dele, vai ter que assinar. Ele é meu amigo e não irei permitir isso.

Repensem a atitude. Votem na 76. É direito de voces.
Mas respeitem quem pensa diferente.

Um dia voces verão que apenas queremos o melhor para a UnB.
Ah, voces acham q estamos errados ?
Tudo bem. Então usem argumentos racionais.

sacanear não é legal. Eu falai MUITA abobóra de muita gente. Mas eram pessoas do MAL. mereciam.

fico por aqui
espero me meus cabelos brancos tenham alguma utlidade

do amigo
Marcelo
ps: participo de movimentos de classe desde 1981... sou veio mesmo.

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Marcelo Hermes-Lima, PhD
Prof. de Bioquímica Médica e Ambiental

Depto. de Biologia Celular
Universidade de Brasilia

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terça-feira, 23 de setembro de 2008

A UEI as eleições para reitor



Posicionamento da UEI no segundo turno




Durante o primeiro turno das eleições para reitor a UEI decidiu de forma democrática apoiar o candidato Michelângelo Trigueiro, da chapa Unb Viva (72). Fizemos campanha e o ajudamos na maneira como foi possível, mas infelizmente sua chapa não alcançou o segundo turno.





Porém o compromisso da UEI não é com um candidato, mas com os estudantes da UnB. Em reunião, foi decidido, de maneira democrática, que a UEI apoiaria o candidato José Geraldo, da chapa UnB Século XXI (76). Essa decisão, como a anterior, veio das bases da própria UEI, visando única e exclusivamente o bem da UnB.





Nosso apoio a José Geraldo também representa oposição ao candidato Márcio Pimentel (73), que, como todos sabem, foi Decano de Pesquisa e Pós-graduação na gestão de Timothy Mulholand e representa, através de suas bases, o mesmo grupo que foi retirado da reitoria após a ocupação da mesma pelos estudantes em abril e maio.






Não se trata de ideologia. Trata-se de honra e respeito ao movimento estudantil como um todo. Diversos membros da UEI participaram direta e indiretamente da ocupação, sacrificando seu tempo e esforçando-se por uma causa que acreditam ser justa: a defesa da universidade, a honestidade da instituição e a justiça.





Não lutamos pela retirada de Timothy e seu grupo da reitoria para meses mais tarde, depois de igualmente árdua luta pela paridade, vermos os representantes da velha situação decadente voltar à reitoria e desfazer todos os esforços dos estudantes que deram seu suor e sangue durante a ocupação.




Somos estudantes livres e independentes, sem qualquer vínculo a partidos políticos ou qualquer tipo de organização de cunho politiqueiro dentro ou fora da universidade. Foi como estudantes independentes que ocupamos a reitoria. Foi como estudantes independentes que lutamos pela paridade. Foi como estudantes independentes que nos posicionamos na eleição em primeiro turno. E mais uma vez, é como estudantes independentes que escolhemos nossa posição nesse segundo turno, independentemente da posição oficial de nosso ex-candidato.





Nosso compromisso é com os estudantes, com a UnB e com o movimento estudantil, um compromisso que temos honrado desde nossa fundação. E agora, mais uma vez, honraremos esse compromisso com os estudantes, e com a honestidade e a democracia na universidade.





Forte abraço.





Luiz Gustavo Aversa Franco (Guga)



membro pleno da União dos Estudantes Independentes

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Em defesa da UnB

Manifesto pela UnB

"Não existe vício que não tenha uma falsa semelhança com uma virtude e que disso não tire proveito" (Jean de La Bruyère)

Em defesa da qualidade e da excelência da Universidade de Brasília, reconhecemos publicamente a necessidade da renovação no quadro administrativo de nossa instituição.

Entendemos que o forte e robusto projeto encampado pela chapa 76 – UnB Século XXI -, representada Prof. José Geraldo de Sousa Júnior, não é somente a melhor escolha a ser feita, mas a única capaz de colocar a universidade de Brasília entre as melhores instituições de ensino e pesquisa desse país; posto que:

- Preza pela Excelência Acadêmica, acima de tudo.

- Reconhece que um administrador central não pode conhecer todos os problemas e necessidades da universidade e, por isso, implantará um programa de orçamento participativo, além de um portal de transparência para submeter seus gastos ao controle público.

- Reconhece a necessidade de fortalecer o capital humano da universidade, através da valorização de seus trabalhadores: professores e servidores técnico-administrativos.

- Compreende que os programas de inclusão têm papel de destaque na melhoria do quadro de pesquisadores e discentes que a universidade forma para a sociedade.

- A experiência administrativa do Prof. José Geraldo transcende seus trabalhos como diretor de pós-graduação da Faculdade de Direito e da assessoria jurídica da UnB, além de chefe de gabinete da reitoria. Participou, ainda, de diversos trabalhos de alto nível no governo federal e foi diretor de política pública de Ensino Superior do Ministério da Educação.

As alegações recentes da chapa 73 escondem que em sua base estão apoiadores e membros destacados do modelo anterior de gestão, que logrou, por mérito próprio, levar nossa universidade às primeiras páginas dos principais jornais do Brasil associada a corrupção, clientelismo, formação de quadrilha e ineficiência. Entendemos que eficiente para uma universidade é o investimento em ensino, pesquisa e extensão e, contra ela, corroboram os gastos em banquetes extravagantes, itens de luxos e gratificações exorbitantes e ilegais, que perpetraram aqueles que hoje se auto-proclamam os únicos e legítimos portadores dos valores acadêmicos e meritocráticos.

Já em 2006, eram públicas as denúncias sobre práticas estranhas na reitoria da UnB, inclusive notificadas oficialmente pela ADUnB — Associação dos Docentes da UnB —, como prova o ofício Nº 36 de 17 de maio de 2006, destacando a existência de “irregularidades como potenciais atos de improbidade administrativa hábeis a ensejarem a aplicação das penalidades previstas na Lei nº 8.429/92”. Por que esperar quase dois anos para responder a esse tipo de prática, se não por conivência? Se os cabeças da chapa 73 são contra o antigo modelo de gestão, por que então a mesma é constituída e apoiada pelos principais defensores e membros da antiga administração?

Outrossim, a opção da chapa 73 por uma estratégia de campanha simplista e desinformativa no segmento estudantil nos subestima e agride ao trocar uma discussão profunda de um projeto de universidade por meras histórias em quadrinhos.

A UEI, União dos Estudantes Independentes, se posiciona fundamentalmente contra o modelo de gestão anterior e convoca toda a comunidade acadêmica para, nas urnas, fazer opção por um projeto de fato comprometido com seu futuro. Nos dias 24 e 25 vote José Geraldo e João Batista — 76 — para reitor da UnB.

sábado, 20 de setembro de 2008

Mudança na UEI - A Renovação



Recentemente a UEI (União dos Estudantes Independentes) passou por uma série de processos e mudanças internas que nos levou a rever uma série de práticas, posicionamentos e princípios de organização.


Não é segredo para ninguém, e nos orgulhamos de publicizá-lo, enfrentamos recentemente algumas crises internas. Essas crises estiveram no bojo de alguns erros crônicos e principiológicos, dos quais o grupo, com coragem e visão, reconhece publicamente.

O esforço reformista (empreendido com sucesso) que nos tomou a pouco modificou princípios de organização e redefiniu identidades fundamentais. Alguns membros, insatisfeitos, optaram por deixar o grupo; outros se sentindo contemplados com nossa proposta para o movimento estudantil juntaram-se a UEI.

A partir desse processo, a UEI fortalece seu núcleo de visão comunitária e progressista, sendo chamada, mais do que nunca, a um compromisso de inclusão democrática e justiça social. Um compromisso que a conecte mais diretamente a história que construiu na ocupação da reitoria, na luta pela paridade e na defesa clara dos estudantes em todos os espaços de discussão representativa ou ação direta.

Não poderíamos deixar de reconhecer e reportar ao movimento estudantil e toda a comunidade acadêmica o caráter desse processo e o modo de como ele sinaliza uma nova fase dentro do grupo. Isso faz parte de um dos grandes princípios de ação que ainda permanecem no grupo desde sua fundação, há mais de um ano atrás: a autocrítica do (e no) movimento estudantil. Ao expormos nossos próprios erros, somos aqui coerentes com esse princípio, ainda que sendo vitimados por ele. Para isso é preciso coragem, autonomia, desprendimento e comprometimento com o crescimento do movimento estudantil para além de interesses político-eleitoreiros; algo que desde nosso surgimento provamos ter. Algo que preservamos com orgulho.

Tornamos público esse processo porque acreditamos que ele pode ser elucidativo e didático face aos muitos desafios que se colocam para o movimento estudantil nesse momento.

Quanto á polêmica discussão da não ligação partidária do grupo, reafirmamos nossa posição por um movimento estudantil autônomo, aberto e livre de qualquer espécie de aparelhamento. Ainda assim, não deixamos de reconhecer a importância dos partidos políticos face os atuais contextos de mobilização estudantil. Contudo, aderimos à maior parte de alguns dos antigos problemas a causas relacionadas mais a problemas de organização interna e definição ideológico-identitária do que a não ligação com partidos políticos.

É obvio que não ter o apoio financeiro e logístico de maquinas partidárias nos relega desafios maiores em termos de condições materiais e capacidade de mobilização, ainda assim, isso nos fortalece e nos motiva a trabalhar ainda mais por um movimento estudantil e uma universidade melhor. Orgulhamo-nos dessa dificuldade, e tal singularidade do grupo fortalece nossa base de apoio e nos motiva a continuar defendendo uma proposta de renovação.

Trabalhar uma nova consciência de ação e mobilização estudantil, eis o nosso principal foco. Isso significa repensar o movimento estudantil através de uma autocrítica sensata e coerente, que reconstrua-o tendo em vista os novos desafios advindos da realidade da sociedade complexa contemporânea. Isso significa aceitar mudanças, incorporar novas causas, manter outras, mas acima de tudo adotar uma postura democrática e inclusiva que agregue e chame à ação.

Precisamos fortalecer os espaços deliberativos, as instâncias representativas. Os Centros Acadêmicos devem ser revitalizados como instâncias de política estudantil. Eles estão mais próximos das demandas urgentes e específicas dos estudantes de cada curso e ao mesmo tempo são chamados a participar da política universitária de modo abrangente. O fortalecimento dos C.As descentraliza a ação, tornando-a assim mais eficiente e facilitando os esforços de organização.É preciso também interligá-los, legitimá-los. Na época da ditadura os Centros Acadêmicos foram o bastião da resistência estudantil, chegaram a ser fechados pelo regime. Em sua maioria, o que fazem hoje? Promovem festas, trotes, happy hours? (É óbvio que há grandes exceções). A UEI acredita que mudar o esforço de mudar o movimento estudantil passa pelo fortalecimento dos C.As. Precisamos mudar a lógica de um movimento estudantil pautado por “grupelhos” que, com honrosas exceções, costumam ser fechados e se preocupar majoritariamente com interesses eleitoreiros.

Entendemos o movimento estudantil, e a própria política, como um processo didático em si mesmo; um processo em que se aprende e se interessa à medida que se envolve e se trabalha. O movimento estudantil deve estar em pé de igualdade, face a face, com o estudante e a sociedade. Não podemos mais nos caracterizar como os iluminados que têm o dom e função de clarear a verdade aos demais estudantes “ignorantes”, “alienados”, “desmobilizados”. Isso além de falta de humildade pressupõe falta de compromisso com os princípios fundamentais de uma ação social libertadora. As reais mudanças acontecem pela base e jamais avançaremos se mantivermos essa visão quase elitista da ação política.

Desse modo, é orgulhosa de sua renovação e consciente de seus desafios que, a UEI convida todos os estudantes a se juntarem a essa nova concepção de movimento estudantil e contribuírem em sua reconstrução. Venha conosco, dê sua opinião, participe e ajude-nos a tornar essa utopia real.


Forte abraço,

Edemilson Junior(Paraná)

Conselheiro Consuni

União dos Estudantes Independentes.